terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sem titulo

Lá estou eu em mais umas garrafas de vinho pela metade, risos pela metade,

fumaças desenhando algo que quase formou uma imagem, abraços estranhos

Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica.

Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum cara que eu conheci, do útero da minha mãe, do meu anjo da guarda, do meu Pai, de algum amor verdadeiro que durou um segundo, de uma cena perfeita que meu inconsciente formou na infância e que eu me encarreguei de acreditar como sendo meu futuro.
Meus amigos me adoram e talvez chorariam se eu morresse.
(...)
A cada semana sem dor que eu
pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar e mais ainda a dor que vem depois dos dias entorpecidos.
Eu invento amor, sim. E dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. E não aguento mais os copos, as fumaças, os amigos, as intenções e as bolinhas de guardanapo pela metade. É tudo pela metade. Ao menos a minha fantasia é por inteiro. Enquanto dura.

Nenhum comentário: